HISTÓRIA

O INÍCIO

No início de 1952, fora fundada a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. Cerca de um mês após o inicio das aulas da primeira turma, alguns alunos passaram a se mobilizar para fundar uma entidade que reunisse e defendesse os interesses dos alunos. Após discussões e conversas, inclusive com o diretor e fundador da faculdade, professor Zeferino Vaz, foi realizada uma assembléia geral. Era dia 10 de junho de 1952, e estava sendo fundado o CENTRO ACADÊMICO “ROCHA LIMA”, entidade que representaria os alunos da FMRP - USP frente à sociedade.

O PATRONO

Henrique da Rocha Lima formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro nos primeiros anos do século 20. Foi colega de pesquisa de Carlos Chagas, Adolpho Lutz e Oswaldo Cruz. Trabalhou em Manguinhos, foi convidado a assumir o cargo de assistente - chefe de anatomia patológica da Universidade de Munique, ocupou o cargo de assistente no Instituto de Moléstias Tropicais em Hamburgo, foi subdiretor do Instituto Biológico em São Paulo. Além disso, participou da fundação da Escola Paulista de Medicina e da Universidade de São Paulo.

Seus maiores prêmios e homenagens foram a Cruz de Ferro (maior condecoração alemã, conferida pessoalmente pelo imperador da Alemanha), a medalha de benemerência do papa Pio XI, a medalha Nocht (do Instituto de Doenças Tropicais de Hamburgo), e o titulo de membro efetivo da Academia Alemã de Ciências Naturais. Henrique da Rocha Lima, descobridor da Riquetsia prowazeck, morreu em 12 de abril de 1956 época em que era presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do Museu de Ciência.

A SEDE

O CARL já esteve instalado em inúmeras sedes. A primeira delas foi à república Mocolândia, no centro da cidade. A primeira sede oficial do CARL foram três salas alugadas, seguidas por outras casas. Merece destaque um casarão que ficava na rua Visconde de Inhaúma (sede de momentos marcantes na vida dos acadêmicos da época como as festas dançantes de Domingo).

No início dos anos 80, com a inauguração do novo HC , o CARL transferiu-se para o campus. O novo ponto de encontro dos alunos passou a ser a antiga casa de força do Prédio Central, o famoso Galinheiro

CENTRO DE VIVÊNCIAS

Com o crescimento e estruturação cada vez maiores, o CARL passou a necessitar de mais espaço para suas atividades, já que o número de ligas e de pessoas envolvidas com o CARL aumentava a todo momento. Assim, na gestão 1992/93, surgiu a ideia de expandir a sede do CARL para um novo prédio. Com apoio da diretoria, e após a intervenção do CA por um estacionamento exclusivo dos estudantes, estabeleceu-se que a nova sede seria construída ao lado do estacionamento dos alunos.

A FUNDUSP não poderia doar o dinheiro diretamente ao CARL, pois este é uma entidade independente, sem vínculos estatutários com a USP. Por isso, seria construído um prédio para a Faculdade, e a diretoria passaria a administração ao CARL. Nessa mesma época, a sala de xérox do CARL foi doada para a Atlética para que fizesse sua salinha.

A construção da atual sede do Centro Acadêmico iniciou-se em agosto de 1996. Em 7 de março de 1997, durante a gestão 96/97, foi descerrada a placa de inauguração do novo CARL. As obras só terminariam em agosto. No dia 5 desse mês, finalmente o CARL (como o CV era chamado) estava pronto e era entregue aos alunos.

Os alunos da FMRP - USP possuem hoje um belíssimo Centro Acadêmico, reconhecido por todos que o conhecem como um espaço impar para a realização de atividades do movimento estudantil, mantendo à disposição dos alunos uma biblioteca, sala de estar, salas de reunião, ar condicionado, área de jogos(conhecido como ButeCARL), sala de arquivos e cozinha.

 

“Esta obra exprime a plena integração de cinco Diretorias Executivas do Centro Acadêmico Rocha Lima, que cooperaram em sua ideação, projeto, consecução, soerguimento e término, oferecendo-nos exemplo ideal de trabalho continuado”

 - Placa de inauguração do CV

 

MARCOS HISTÓRICOS

FESTAS

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No inicio da FMRP - USP, eram famosos o Baile Branco e o Show Medicina (realizado entre 1955 e 1963). Era um evento requintado, sendo que as apresentações aconteciam no teatro Pedro II. Os ingressos acabavam uma semana antes do evento. As autoridades e pessoas de renome da cidade compareciam ao espetáculo (prefeito, vereadores entre outros).

Porém, veio a ditadura, e o espetáculo parou por trinta anos. O Show Medicina voltaria a ser realizado em 1993, com o nome de ShowMed e a cada ano se torna um evento mais interessante. Na década de 90, o Baile Branco foi reativado e, posteriormente, o Baile Preto.

Vale recordar também o famoso ButeCARL, happy hour em que os alunos e até alguns professores se encontravam para tomar uma cerveja, comer um cachorro quente, jogar uma partida de truco e passar horas contando histórias do passado. Já dizia o ditado: "Toda quinta-feira é dia de ButeCARL". Atualmente o ButeCARL é uma das festas tradicionais da semana de recepção dos calouros.

 

REVISTA MEDICINA 

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Em 1959, alunos membros do Departamento Científico procuraram o professor Maurício da Rocha e Silva com a intenção de orientá-los na publicação de uma revista cientifica. Após muita dedicação e dificuldade, surge em 1961 o primeiro número de “MEDICINA”, revista do Centro Acadêmico Rocha Lima. Assim, os alunos da FMRP-USP passavam a ter uma forma de publicar suas pesquisas cientificas. Vale destacar que a revista “MEDICINA” foi a primeira publicação do gênero ocorrida no interior do estado de São Paulo e talvez do interior do Brasil. Com o passar dos anos, a revista “MEDICINA” cresceu e passou a ser produzida em conjunto com o Hospital das Clínicas da FMRP-USP. Nessa época, já recebia trabalhos para publicação também de docentes, além dos próprios alunos. A revista cresceu tanto que o CARL deixou de participar de sua confecção, passando sua total administração ao Hospital das Clínicas. Hoje, a revista “MEDICINA” é continua em atividade, tendo grande relevância no meio acadêmico. 

JORNAL ESTETO

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O CARL era responsável por produzir um dos melhores jornais universitários do país, o “ESTETO”.  A primeira edição foi publicada no dia 21 de outubro de 1953. Na década de 50, a linguagem utilizada era muito formal e predominavam textos informativos do CARL, sobre a Liga de Chagas, sobre os departamentos, existia a página literária e a página científica, além de comentários sobre o Baile Branco e o Show Medicina, eventos de grande prestígio na cidade.

Um dos grandes colaboradores de “O ESTETO” era o diretor Zeferino Vaz. A década de 70 traz mudanças radicais, com artigos sobre censura, política, repressão, movimento estudantil e quadrinhos com críticas sociais, devido ao Período Militar.

Na década de 90, o jornal reergue -se e passa a ter um modelo fixo, com seções constantes e textos relativos aos acontecimentos ocorridos no CARL. Em 1997 surgiu o prêmio “ESTETO de OURO”, entregue durante o Show Med aos escritores dos melhores textos publicados no “ESTETO” no período entre dois Shows Med. Em 21 de outubro de 2013 comemorou seus 60 anos.

 O prêmio Prof. Dr. Gutemberg de Melo Rocha foi estabelecido pelo Departamento de Ensino em 2004 e premia os professores e disciplinas mais bem avaliadas pelos alunos todo ano. Esse prêmio é prestigiado entre os docentes e marca o reconhecimento do seus esforços em promover uma excelente didática e um bom ambiente de ensino. Distribuído para cada ano do curso de medicina, muitos são os professores que guardam carinhosamente esse gesto de apreço do corpo discente em suas salas e laboratórios.

Legado

O CARL possui uma participação acadêmica altíssima, somando-se departamentos, ligas e diretoria executiva. Não há nenhuma entidade estudantil no país com tamanha abrangência. Através de pessoas, em sua maioria anônimas, o CARL contribuiu de forma contundente para o atual cenário da FMRP - USP. Foram essas pessoas anônimas quem subiram em mesas dentro do CARL, para impedir que o governo militar a levasse. Essas pessoas estiveram presentes em milhares de reuniões, muitas feitas com luz apagada e janelas fechadas, para não despertar a atenção da repressão.

Pessoas que ocuparam por duas semanas a Superintendência do Hospital das Clínicas, lutando contra a imposição de regras prejudiciais no acesso à residência médica. Mais que isso, doaram parte de seu tempo com o intuito de ajudar as próximas gerações de alunos a receberem um melhor ensino, e acima de tudo, fizeram com que o CARL pudesse ajudar a transformar e manter a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, como uma das maiores, senão a maior, faculdade de medicina do Brasil.

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